CAPITULO 1- Um desconhecido

Acordei com uma baita dor de cabeça, olhei ao meu lado e ali estava o problema: várias latas de cerveja e uma caixa de cigarro. Tenho que para com essa mania de chegar tarde do trabalho e encher a cara. Espreguicei-me e me levantei indo direto para o banho. Deixei que a água caísse por meu corpo me livrando do maldito cheiro do cigarro e da bebida. Sai enrolada na toalha, o cheiro em meu quarto estava insuportável, não sei por que tive a ideia de fumar em meu quarto. Abri as janelas para que o vento entrasse tirasse o cheiro. Coloquei uma calça jeans, uma camisa com um decote meio ousado e um salto, uma mulher como eu tinha que andar, vamos se dizer, bem vestida. Não era a toa que sou a dona de uma das boates mais movimentadas da Califórnia. Depois de pronta, peguei minha bolsa, a chave do carro e desci até a garagem, iria até a “Trickster Boate”, tinha meu dinheiro para pegar e ver como estava as coisas. Estacionei o carro em frente a boate e desci, havia alguns caras, provavelmente bebos e alguns tentando catar mais uma de minhas meninas. Abri a porta do escritório e lá estava Rose Zurkemen e Benjamin Johnson, meus braços direito e esquerdo.

- Olá – me sentei na cadeira – o que temos para hoje?

- Faturamos uma boa grana com a novata que você deixou como experiência para nós – Ben disse

- Ótimo! Vamos contratá-la – sorri – Ela tem quantos anos? 20? 22?

- Tem 17 – torceu os lábios

- Você ficou louco? Não trabalhamos com menores

- Calma Bel – riu – ela já tem 19, só estava brincando

- Muito engraçado – olhei para Rose – e você Rose? O que aconteceu?

- Nada, problemas – ela disse

- Do tipo? – perguntei

- Nada demais – respondeu

- Qual é Rose, você sabe que pode contar comigo

- É que eu estava pensando em sair da boate...

- O que? – arqueei minhas sobrancelhas – você não pode sair assim, sem motivo

- Meus pais querem que eu ingresse em uma faculdade

- E você vai pagar como? Trabalhando na esquina?

- Eles vão pagar – abaixou sua cabeça

- Que mané pagar – ri – Rose, não tem trabalho melhor que esse, você pode ficar aqui, relaxando, sem nenhum problema

- Eu sei – me olhou

- Sabe nada... Rose se lembra quando nos conhecemos e eu disse que um dia teríamos tudo do bom e do melhor? – assentiu – então, eu te dei tudo do bom e do melhor – respirei fundo – pensa melhor e diz pros seus pais que eles não te mandam, você faz o que quiser, você é de maior, pode muito bem tomar suas próprias decisões

Benjamin estava quieto, mas provavelmente estava prestando atenção em nossa conversa.

- Ben, leva Rose para lá

- Sim senhora – se levantou – vamos moça? – estendeu sua mão para Rose

- Pensa bem Rose

Ela se levantou e se direcionou até a porta com Benjamin.

- Ben – me olhou – me espera lá em baixo

Ele assentiu e saio. Ajeitei todo o dinheiro, separei o que era meu e deixei boa parte para ser depositada. Depois de tudo pronto, desci e vi Benjamin fechando a porta da boate, fui me aproximando dele sem fazer barulho e beijei seu pescoço, ele se virou rapidamente.

- Já falei pra você não fazer isso loira

- Por que não? Não gosta? – ri

- Não, é que...

- Você é gay?

- Não, claro que não, você sabe que eu não sou – colou nossos corpos – é que você me pega desprevenido

- Ai que tá a coisa

Ele desviou seu olhar do meu por instantes, parando no decote de minha camisa.

- Adorei sua camisa de hoje

- Aé? Coloquei por sua causa

- Hm... Que bom – beijou a parte descoberta

- Vai lá em casa um dia desses – me olhou – mas me liga antes

- Qualquer dia desses quando?

- Não sei

- Como não sabe? – beijou meu pescoço – já to com saudades

O puxei, dando-lhe um beijo.

- Me liga

Soltei ele e caminhei até a porta a abrindo.

- Espera Belle – veio até mim – me da carona?

- Claro – sorri

Ele fechou a boate e entramos no carro.

- O que você vai fazer hoje à noite?

- Descansar

- Hum, eu também, estou de folga

- Quem disse?

- Você, você me disse semana passada que hoje e amanhã eu estaria de folga

- Sério que falei isso?

- Você está com amnésia Bel? – riu

- Acho que sim, ou seja a idade que está chegando mais cedo

- Anabelle você não existe

- Existo sim, pra sua felicidade

- Ainda bem – sorriu

Parei o carro na frente do hotel onde ele morava.

- Ben, vai lá em casa hoje

- Sério?

- Sim

- Ok, perto da noite estarei lá

- Te vejo mais tarde então – sorri

- Tchau loira

- Tchau Ben

Esperei ele descer para dar a partida no carro e me direcionar até minha casa. (...) Abri a porta me deparando com a bagunça que tinha deixado antes de sair de casa. Estava pensando seriamente em contratar uma empregada para limpar minhas bagunças, mas se eu contratasse, ela não iria gostar de ver algumas coisinhas... Enfim, prendi o cabelo em um rabo de cavalo, coloquei meu cd do Bruno Mars, sim, amo as músicas dele, aumentei o volume e foda-se os vizinhos. Comecei arrumando a sala, cozinha e quando percebi já tinha terminado tudo, olhei na janela, já estava noite, Ben chegaria a qualquer momento, tomei um banho rápido e coloquei um vestido soltinho, ou seja, minha roupa de dormir. Liguei a tv e fiquei esperando ele. Já estava quase desistindo, quase indo para cama, quando a campainha toca, era Benjamin.

- Porra Ben, por que não demorou mais?

- Desculpa loira, estava resolvendo umas coisas

- Não sei se desculpo, terá que caprichar dessa vez – sorri

Ele sorriu e foi me empurrando para o sofá, seus lábios deslizavam pelo meu pescoço mordendo devagar cada pedacinho de pele que tocava e suas mãos acariciavam minha cintura por cima do vestido, ergui meu corpo e ele logo entendeu o recado, foi tirando meu vestido e logo ele estava no chão. Ele desceu seu olhar por todo o meu corpo admirando minha lingerie preta. As mãos dele não tinham controle, passeavam por todo o meu corpo e às vezes paravam em certos pontos, mas era por pouco tempo, já que logo elas se desesperavam em uma nova busca de algum ponto que necessitasse mais do calor delas. A boca dele também era exigente e tomava a minha sem aviso prévio. Mas meus lábios eram rapidamente trocados por meu pescoço ou meu colo que aceitavam de bom grado os beijos. Com cuidado ele abriu o fecho lateral de meu sutiã e tomou meus seios com as mãos apertando-os carinhosamente, mas de um jeito tão bom que eu só pude gemer. Ao mesmo tempo em que ele me beijava daquela forma sensual, as suas mãos tiravam a minha calcinha bem lentamente, vagarosa e sensualmente. Os seus dedos percorriam minhas coxas, subindo e descendo para depois aproximarem-se tentadoramente de minha virilha. Peguei em sua mão e a coloquei onde eu precisava de suas carícias. Os seus dedos eram quentes e me acariciavam com lentidão, apenas para me deixar mais descontrolada do que já estava. Ele, ao contrário, estava vestido e totalmente controlado, apenas manipulando meu corpo. Levei minhas mãos para seus ombros, e escorreguei-as até chegar à barra de sua camiseta, puxando-a para cima deixando bem claro o que eu queria. Ele levantou seus braços, ficando em pé na minha frente, me deixando desnudá-lo. Tirei sua camisa com um pouco de pressa, ele abriu o cinto e tirou os sapatos devagar, não entendendo que eu queria apressar um pouco as coisas. Puxei-o pelo cós da calça para perto de mim e eu mesma abri o seu botão e seu zíper, abaixando sua calça de uma vez.

- Tenha calma Anabelle, devagar é mais gostoso – deu um sorriso malicioso

Voltou a me deitar no sofá, onde antes eu estava sentada para poder tirar sua roupa. Seus lábios tomaram os meus com lentidão absurda, me beijando carinhosamente, enquanto seus dedos brincavam mais uma vez perto de minha virilha, aos poucos seus dedos foram adentrando meus recantos até finalmente me penetrarem. Ele tirou suas box jogando-a para algum canto da sala, colocou uma camisinha que pegou no bolso da calça antes de eu jogá-la longe e deitou sobre mim, tocando meu corpo com a vagarosidade que estava começando a me irritar. Assim que o membro dele encontrou minha intimidade perdeu toda a sua pose controlada. O delicado e lento cedeu lugar ao selvagem que eu conhecia, me penetrando de uma vez e arrancando um grito que eu não pude conter. Ele se movimentava com firmeza, puxando meu corpo de encontro ao dele a cada estocada que ele dava. O prazer era enorme e logo o êxtase viria para nós. Dando mais uma firme investida contra o meu corpo, relaxou sentindo o meu corpo fazendo o mesmo. Rolou nossos corpos no sofá me deixando por cima, com a cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos.

- Como eu estava com saudades disso – riu

- Sabes que sempre que querer vou estar aqui, mas se eu tiver afim, claro

- Eu faço você ficar afim, você sabe disso

- É – ergui meu corpo até que meus olhos encontrasse os dele – Benjamin

- O que foi, Anabelle? – pronunciou meu nome de um jeito mais sexy

- Nada – mordi meus lábios involuntariamente

- Tem algo pra bebermos?

- Você sabe que tem, não sei pra que perguntar

- Pra ter assunto

Me levantei, indo até a estante, peguei o uísque, enchi dois pequenos copos e entreguei um a ele. Virei meu copo terminando rapidamente com a bebida.

- Deveria ir com mais calma

- Deveria cuidar da sua vida

- Deveria parar de ser grossa

- Deveria ir pra casa

- Tá me expulsando?

- Não, vais ficar comigo hoje

- Hoje, amanhã, e depois, depois, depois...

- Até eu me cansar – ri – será que Rose tá dando conta da boate?

- Acho que sim, ela é responsável

- Espero que ela tome a decisão certa e fique com a gente

- Deixa pra pensar nisso amanhã, estás comigo e quando estás comigo não deve pensar em problemas

- É, o que quer fazer? Alguma sugestão?

Pov Cody

Finalmente sai daquele escritório, aquilo definitivamente não é pra mim. Mas meu pai quer que eu cuide dos negócios da empresa e família. Tenho 23 anos, tenho que aproveitar a vida, pegar geral, e não ficar aqui dentro. Estacionei meu carro em frente à casa dos meus pais, quando abri a porta da sala, estavam jantando.

- Boa noite filho, como foi hoje? – minha mãe perguntou

- Como foi? Você já sabe minha resposta

- Já conversamos sobre isso

- Você deveria conhecer a filha do meu amigo, Afonso, a Julie – meu pai mudou totalmente o assunto

- O que vou querer com ela?

- Deverias namorar com alguém do nível dela, ela é inteligente, filha de um amigo meu, grande empresário...

- Esse assunto não, eu não quero namorar entendeu? E olha, vim aqui pra jantar com vocês mas perdi meu apetite, até algum dia, tchau

Voltei ao meu carro e fui em direção ao meu apartamento. No meio do caminho, quando o sinal fechou, notei uma boate, Trickster Boate, meu amigo já tinha comentado sobre ela, disse que tinha varias dançarinas gostosas e que a dona, sim, uma mulher, estava lá o tempo todo e ela não era de se jogar fora. Olhei ao relógio, já era tarde, deixarei para visita-la uma outra hora. O sinal abriu e continuei meu caminho.

Pov Anabelle

Benjamin me acordou com beijos e com café na cama.

- Bom dia loira

- Bom dia Ben, não precisava fazer isso, poderíamos comer fora

- Claro que precisa, preciso agradar a mulher que me da prazer

- Você não existe – ri – obrigado

- De nada, agora coma para irmos ver se Rose se saio bem

- Verdade, tenho que resolver um assunto ainda

Tomei o café, tomei um banho, vesti uma roupa básica e fomos até a boate.

- Então Rose, como foi ontem?

- Tranquilo, achei que não ia conseguir mas...

- E sobre sair daqui?

- Conversei com meus pais

- E ai?

- Não vou sair, você tem razão, emprego melhor que esse não tem, e percebi isso ontem

- Essa é minha garota, em troca disso vou te dar dois dias de folga

- Eu estou de folga também, quem vai cuidar daqui?

- Eu, vocês estão de folga, eu não, alguém tem que trabalhar não é mesmo?

- E vai dar conta?

- Quando eu não dou conta de algo?

- Vai saber – riu

- Benjamin você sabe que dou conta, agora pare com isso

- Ok

- Bel, tem um empresário que quer falar com você

- Quem?

- Eu não sei o nome dele

- Ele está ai?

- Sim, na sala de espera

- Mande-o entrar, e podem ir

Eles saíram e logo o homem entra.

- Sente-se – apontei para a cadeira

- Obrigada, sou Brad e você?

- Anabelle

- Pois bem Anabelle, eu venho observando muito onde essa sua...casa de festas, não sei como chamar isso, não acho que esse lugar, esse território seja apropriado para isso

- Está querendo dizer o que?

- Que aqui deveria ter prédios, ou uma área para família

- Quer compra minha boate?

- Exatamente, derrubaria isso daqui e ergueria outra coisa mais proveitosa, que de dinheiro, que atraia o público

- Querido, isso aqui é voltado para jovens, e tem muita atração, se nunca viesse aqui não pode falar nada

- Tudo bem, isso daqui vale muito dinheiro

- Não vou vender nada

- Tem certeza? Isso é uma oportunidade única

- Você não vai ser o primeiro nem o último a vir aqui tentar comprar, então é não

- Minha jovem, você não esta entendendo

- E nem quero entender, eu levei duro pra levantar isso e não vai ser o senhor que vai me fazer vender isso e por tudo água a baixo, agora faça o favor de sair

- Tudo bem – se levantou – espero que um dia mude de ideia e veja o que está fazendo

- Pode deixar não vou mudar de ideia

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Eai, o que acharam do primeiro capítulo? Comentem xx